25 de março de 2008

Loucura

Loucura para mim nada mais é do que ter consciência da possibilidade.

21 de março de 2008

Christian Pior

ROUPAS NO AMBIENTE DE TRABALHO Por Christian Pior - (Programa Pânico na TV)

Barriga de fora
Neste caso, só é válido se você for dançarina do ventre ou do É o Tchan! (que nem existe mais, eu acho). Só que, como você não trabalha no meio musical e sim em uma multinacional (adoro este nome, acho poderoso), evite o modelo que evidencia além da conta. Por quê?
A. Todo mundo sabe que você tem umbigo. Mostrar para quê se não é nenhuma novidade? Acredite: o seu umbigo não é especial e nem essencial a humanidade.
B. Se você está fora de forma, com barriga de quem come "dobradinha", por favor criatura, tenha bom senso. Nada de exibir suas adiposidades para colegas e chefes na empresa, afinal é uma empresa muito "shike", não um açougue.
C. Esse item também dá uma conotação de vulgaridade. Parece que você quer seduzir alguém o tempo todo, isso vale também para as magras com barriga tanque que adoram se auto afirmar com o corpo tipo "como de tudo e não engordo um grama". Ou aquelas com a antipática frase "Minha esteira é minha melhor amiga".
D. Barriga de fora com o umbigo exibindo piercing é crime! Saias esvoaçantes, transparêcias e decote profundo... Pára tudo e chama a Nasa! Gente, como diria o filósofo (aquele que não sei o nome), "a vida não é um show de banda Calypso, você não entendeu?". Saias tipo Sarajane" (joga no Google), transparências que "dão pra contar os seus poros" e decotes "que fazem com que os boys percam a pouca concentração que têm" são inimigos cruéis do bom gosto no local de trabalho.
Saias
A. Se usar saia curta ou esvoaçante, seus colegas masculinos podem até achar bonito e divertido, mas depois querida, você será jogada na fogueira das fofocas e será alvo de piadinhas na empresa. E isso arde, filha, a se arde! Seus talentos e competência não estão nas suas pernas e sim no cérebro, portanto, solte o assanhamento somente nas baladas, nos shows, com o homem amado...
B. Na empresa, acho "shike" meia calça (hoje tem de todos os tipos, mas não vá de arrastão, né? - pelamordedeus) com saia até a altura dos joelhos.
Transparência nem na alma
Tem umas "pertubadas" que se deixar vão de baby-doll se sentindo "o último brownie da doceria de luxo", e na verdade são a "décima bolacha de água e sal no pacote de biscoitos na loja de R$ 1,99". E mulher muito oferecida desperta a raiva, a inveja, e o ódio de outras. E quando puxarem o seu persa, querida...
Decotes profundos e fendas
Gente, nem Jessica Rabbit usava aquilo em 24 horas! Toda mulher quer se sentir linda, gostosa e tal, mas se você realmente for, naturalmente vão perceber. Sensualidade vem de dentro, não de fora. Depois, se um cliente avançar o sinal, quero ver a sua cara. Sabe por que querida? As roupas falam... Umas até berram!
O cofrinho - Ai esse é o ESCÂNDALO.
Tem mulheres que tem cofrinho e outras com um verdadeiro "carro forte". Em ambos os casos nada disso deve ser mostrado, até porque cofre que é cofre tem que ser guardado. O que você espera conseguir com o "cofrinho" aparecendo? Uma promoção, um aumento? Cuidado viu, colega... Às vezes você pensa que está "abafando", mas na verdade você é chacota de toda a firma. Tão mais "shike" um terninho de corte reto, impecável, com o blazer seco junto ao corpo... Além de alongar a silhueta ele é clássico e você pode ter um nas cores preto, azul marinho, creme, marrom brownie (para as loiras fica lindo).
Acessórios
Aí, no caso, você poderá ousar (pouco, viu?) nos acessórios. Em uma bolsa poderosa (nunca economize em uma bolsa), em um sapato alto poderoso, enfim... Pense nas vilãs de novela. Estão sempre impecáveis, menos a Nazarett, personagem brega vilã, de Renata Sorrah. Acessórios em excesso e barulhentos, brincos que brigam com os cabelos, colares imensos (cuidado com os dourados, viu? Poucas pessoas sabem usar), brincos de pena, bijuterias "bicho grilo", Não! Não! e Não!!!!! Brincos, sempre delicados. Um relógio poderoso, um pingente "shike" (os que tem seu nome gravado são "atitude"). Acessório é minimalista, tudo menos e se por acaso, você tiver uma jóia cheguei, opte somente por ela, sem misturar com mais nada. Acessórios são "o sol" do look, ou seja, pesou, dançou. Ah, echarpes e lenços são "buzuzus", mas tem que saber usar com classe e se sentir a vontade com elas. Acho lindo mulher com anel de aço. Poderoso,único. Pérolas são eternas e nunca fazem feio. Piercing só se você for Diretora de Arte de uma agência de publicidade, com direito a muitos leões ganhos em Cannes.
Sexta-feira básica
O "a vontade" é um prato cheio para o povo cafona. Jeans rasgado, tênis de 1991, camiseta lascada que nem para dormir serve, mini-saia, enfim... Meninas, invistam em uma camiseta branca ou preta lisa, um jeans reto 501, um tênis tipo All Star. Fica tão lindo, mas que a camiseta seja nova, né?!O trio: jeans escuro com camiseta preta e tênis preto é tão lindo e emagrece, além de disfarçar a dispensável barriguinha de chopp, tão comum nos rapazes. Aliás, porque eles se orgulham da barriguinha de chopp? Meninas de Jeans 501, uma bata romântica com detalhes (adoro), um salto poderoso e um casaquinho seco para o fim do dia (sempre esfria, né?). Ah, bata muito transparente, NÃÃÃÃOOO... E se os seus colegas de trabalho disserem que você está linda, mesmo assim, tome cuidado. Eles preferem as mulheres nuas, já que quanto menos roupa melhor! Eles amam decotes.Experiência: Uma vez eu estava no metrô em Nova Iorque e vi uma menina com estampa do Snoopy, jeans seco reto preto, salto alto poderoso, bolsa tipo Balenciaga (joga no Google), óculos tipo Ray Ban, e rabo de cavalo. Na mão uma garrafinha de água mineral! Ovulei!
Piranha de cabelo
Aviso: Piranha de cabelo no cós da calça é a coisa mais feia do mundo. Piranha no cós é a "pochete das mulheres". É feio, horroroso.
Maquiagem
Maquiagem pesada e acessórios além da conta. Você é uma drag queen? Ou um personagem da música da cantora Simone: "Então é natal"? Gente, make up carregado é uma coisa séria. Tem mulheres que fazem uma verdadeira "pintura espírita" no rosto. Sombra que orna com a roupa, não. Glitter durante o dia, não.Gloss que escorre feito óleo na boca, não. Massa corrida, tipo, cara bem branca, com corretivo, base e muito pó, não. Sombra preta de dia, não. Batom com cores new wave (rosa cheguei com tudo, roxo tang uva e laranja dói meus olhos), não pode! Make up "vamp", tipo "hoje a noite vou usar cinta liga", também não. Acho "shike" um corretivo para disfarçar olheiras e espinhas, um pó leve para controlar a oleosidade e um batom cor de boca. E um blush talvez, bem leve, para dar um ar de saúde. Mas se carregar nos olhos, não carregue na boca e se carregar na boca, não carregue nos olhos. E se for linda de morrer nem precisa muito de make up, né?
Truques do ChristiaN
Soro fisiológico gelado na cara ao acordar, tudo de bom.
Máscara caseira, por 20 minutos, de clara de ovo batido.Passar a casca de mamão no rosto por 20 minutos e enxaguar depois não vá para o sol pelo amor de Deus.Pingar um colírio de manhã te dá outro olhar, querida.
Ao invés de gastar fortunas em um creme super caro, invista em um filtro solar poderoso com um fator acima de 30 para rostos, pescoço e mãos.Dê muita risada porque trabalha a musculatura do rosto e, dizem, ainda trabalha o abdômen.
Balada
Balada é bom e eu gosto! Drinks super hiper mega coloridos também. E quem não curte um Happy Hour? Mas ir para a labuta vestida de balada, não baby! Você pode até ir direto, mas se troque no fim do expediente, ou passe na casa de uma amiga que more próximo ao trabalho e se troque lá. E se ela deixar, você toma um banho. Ou se troque no carro, ou no boteco (que é uma aventura), fora os assobios que você ganha no final. Se for direto, retoque o make up, coloque uns acessórios mais "fervidos", ponha um salto mais alto e saia rebolativa disposta a conquistar o mundo! Mas não vá de vestido de noite para o trabalho. Paetê, brilho, vestido curto e vaporoso. Vestido vermelho "danço tango", ou seja, roupa de noite é roupa de noite. O ideal mesmo é passar em casa, tomar um banho e se aprumar (olha no Aurélio) com calma. E se não der, quem mandou morar longe?

17 de março de 2008

De português

Não, não é piada de português rs Quem sabe de outra vez...
Esta é uma história que recebi por e-mail. Metafórica, cheia de agentes da passiva e orações subordinadas explicativas.

Era a terceira vez que aquele substantivo e aquele artigo se encontravam no elevador. Um substantivo masculino, com um aspecto plural, com alguns anos bem vividos pelas preposições da vida. E o artigo era bem definido, feminino, singular: era ainda novinha, mas com um maravilhoso predicado nominal.
Era ingênua, silábica, um pouco átona, até ao contrário dele: um sujeito oculto, com todos os vícios de linguagem, fanáticos por leituras e filmes ortográficos. O substantivo gostou dessa situação: os dois sozinhos, num lugar sem ninguém ver e ouvir. E sem perder essa oportunidade, começou a se insinuar, a perguntar, a conversar.
O artigo feminino deixou as reticências de lado, e permitiu esse pequeno índice. De repente, o elevador pára, só com os dois lá dentro: ótimo, pensou o substantivo, mais um bom motivo para provocar alguns sinônimos. Pouco tempo depois, já estavam bem entre parênteses, quando o elevador recomeça a se movimentar: só que em vez de descer, sobe e pára justamente no andar do substantivo. Ele usou de toda a sua flexão verbal, e entrou com ela em seu aposto.
Ligou o fonema, e ficaram alguns instantes em silêncio, ouvindo uma fonética clássica, bem suave e gostosa. Prepararam uma sintaxe dupla para ele e um hiato com gelo para ela. Ficaram conversando, sentados num vocativo, quando ele começou outra vez a se insinuar.
Ela foi deixando, ele foi usando seu forte adjunto adverbial, e rapidamente chegaram a um imperativo, todos os vocábulos diziam que iriam terminar num transitivo direto.
Começaram a se aproximar, ela tremendo de vocabulário, e ele sentindo seu ditongo crescente: se abraçaram, numa pontuação tão minúscula, que nem um período simples passaria entre os dois. Estavam nessa ênclise quando ela confessou que ainda era vírgula; ele não perdeu o ritmo e sugeriu uma ou outra soletrada em seu apóstrofo. É claro que ela se deixou levar por essas palavras, estava totalmente oxítona às vontades dele, e foram para o comum de dois gêneros.
Ela totalmente voz passiva, ele voz ativa. Entre beijos, carícias, parônimos e substantivos, ele foi avançando cada vez mais: ficaram uns minutos nessa próclise, e ele, com todo o seu predicativo do objeto, ia tomando conta.
Estavam na posição de primeira e segunda pessoa do singular, ela era um perfeito agente da passiva, ele todo paroxítono, sentindo o pronome do seu grande travessão forçando aquele hífen ainda singular. Nisso a porta abriu repentinamente. Era o verbo auxiliar do edifício. Ele tinha percebido tudo, e entrou dando conjunções e adjetivos nos dois, que se encolheram gramaticalmente, cheios de preposições, locuções e exclamativas. Mas ao ver aquele corpo jovem, numa acentuação tônica, ou melhor, subtônica, o verbo auxiliar diminuiu seus advérbios e declarou o seu particípio na história.
Os dois se olharam, e viram que isso era melhor do que uma metáfora por todo o edifício. O verbo auxiliar se entusiasmou e mostrou o seu adjunto adnominal. Que loucura, minha gente. Aquilo não era nem comparativo: era um superlativo absoluto. Foi se aproximando dos dois, com aquela coisa maiúscula, com aquele predicativo do sujeito apontado para seus objetos. Foi chegando cada vez mais perto, comparando o ditongo do substantivo ao seu tritongo, propondo claramente uma mesóclise-a-trois. Só que as condições eram estas: enquanto abusava de um ditongo nasal, penetraria ao gerúndio do substantivo, e culminaria com um complemento verbal no artigo feminino.
O substantivo, vendo que poderia se transformar num artigo indefinido depois dessa, pensando em seu infinitivo, resolveu colocar um ponto final na história: agarrou o verbo auxiliar pelo seu conectivo, jogou-o pela janela e voltou ao seu trema, cada vez mais fiel à língua portuguesa, com o artigo feminino colocado em conjunção coordenativa conclusiva.

13 de março de 2008

A paz do coração

Eu não troco, não vendo, não empresto nem dou
A paz no coração pelas juras de amor.
Quem quiser meu carinho
Terá que provar, amor, provar
Em aventura, benzinho
Eu não vou me arriscar.

Só atraco meu barco em porto seguro
Em canoa furada não vou no escuro.
Aos meus dezoito anos
Vivi trinta e seis
Chorei, chorei
No oceano da vida quase naufraguei.

Eu não troco, eu não vendo, eu não dou.

Candeia