26 de dezembro de 2010

Verão


Ahhh, o verão!!!
Dizem que é a estação da perdição...
É porque é no verão que você faz tudo aquilo que vai contar pros seus netos, bisnetos e tataranetos um dia...
Dormir de cueca...
Dormir de calcinha...
É só no verão...
Viajar para a montanha, para a cachoeira, para o balneário é só no verão...
É no verão que o amor floresce...
O amor à preguiça...
Amor ao sol...
Ou até mesmo amor à uma sirigaita...
Ou uma dúzia de sirigaita...
Por que não? Seja otimista rapaz, é verão...
Vai contar o que para o neto?
Que ficou jogando dominó?
Não, vai contar que pulou da pedra, comeu churrasco, deu cambalhotas, essas coisas que a gente só faz no verão...
Ahhh verão!!!

6 de dezembro de 2010

História

Um cronópio pequenininho procurava a chave da porta da rua
na mesa-de-cabeceira,
a mesa-de-cabeceira no quarto de dormir,
o quarto de dormir na casa,
a casa na rua.
Por aqui parava o cronópio,
pois para sair à rua
precisava da chave da porta.

Julio Cortázar - Histórias de cronópios e de famas.

7 de novembro de 2010

Agradecimento

Muito obrigado aos fazedores de regras. Aos falsos democratas. Aos construtores de paredes. Aos pintores de linhas.
Muito obrigado novamente. Aos que apontam com o dedo. Aos que calculam sua usura. Aos que separam por cor. Aos que mentem sorrindo.
Muitísssimo obrigado.
Por favor, dêem um passo à frente, em direção aos refletores. Deixem-se fotografar para a posteridade. Para agradecer a todos vocês. Deixem-nos registrar seus rostos em nosso álbum da infâmia. Para que nunca esqueçamos. Para que nunca aceitemos.
Cirque du Soleir

25 de outubro de 2010

Volver A Los 17

Relembrando um pouco a minha infância.

Adorava esta música antes mesmo de bem saber quem eu era...

Canção de Violeta Parra, com Mercedes Sosa (La Negra) e Milton Nascimento.


Volver a los diecisiete después de vivir un siglo

es como descifrar signos sin ser sabio competente,

volver a ser de repente tan frágil como un segundo

volver a sentir profundo como un niño frente a Dios

eso es lo que siento yo en este instante fecundo.

Se va enredando, enredando

como en el muro la hiedra

y va brotando, brotando

como el musguito en la piedra

como el musguito en la piedra, ay si, si, si.

Mi paso retrocedido cuando el de ustedes avanza

el arca de las alianzas ha penetrado en mi nido

con todo su colorido se ha paseado por mis venas

y hasta la dura cadena con que nos ata el destino

es como un diamante fino que alumbra mi alma serena.

Se va enredando, enredando...

Lo que puede el sentimiento no lo ha podido el saber

ni el más claro proceder, ni el más ancho pensamiento

todo lo cambia al momento cual mago condescendiente

nos aleja dulcemente de rencores y violencias

solo el amor con su ciencia nos vuelve tan inocentes.

Se va enredando...

El amor es torbellino de pureza original

hasta el feroz animal susurra su dulce trino

detiene a los peregrinos, libera a los prisioneros,

el amor con sus esmeros al viejo lo vuelve niño

y al malo sólo el cariño lo vuelve puro y sincero.

Se va enredando, enredando...

De par en par la ventana se abrió como por encanto

entró el amor con su manto como una tibia mañana

al son de su bella diana hizo brotar el jazmín

colando cual serafín al cielo le puso aretes

mis años en diecisiete los convirtió el querubín.

Se va enredando, enredando...

17 de outubro de 2010

Vou

Quando saio levo a alma. Leve me torno.
O cheiro que me acompanha não é de flores, apesar da primavera ativa, porém um olor de felicidade. Exalo-me.
Quando saio esqueço o meu chão. Lanço-me ao piso de cima, ao vento fresco que me carrega para onde quiser e aonde eu queira me esconder.
Vã tentativa - pois quando saio não há ares que me façam esquecê-lo. Não há vidas deixadas para trás, apenas distancio-me do que construí para mim mesma. Não há vida além desta. Este paralelo que crio comigo aonde vou somente me convence que quero ser feliz.
Tão já volto e sinto saudade da praça que deixei, da felicidade que senti e choro: Choro com suspiro de dor por não poder trazer tudo isso para cá, onde vivo; Por não poder compartilhar a praça, o sol e tampouco aquela felicidade com quem eu não esqueci estando por lá.
Mesmo ausente guardarei na lembrança cada lugar que passei em sua companhia, imaginária, que o fez tão ao meu lado.
Sonharei com o dia de não precisar apenas sonhar.
Sonharei com o elevar de duas almas, juntas, vagando leves ao piso de cima.
Quando sairmos.

8 de outubro de 2010

Salmo Mineiro

Salmo 23, em mineirês:

O Sinhô é meu pastô e nada há de me fartá
Ele me faiz caminhá pelos verde capinzá
Ele tamém me leva pros corgos de água carma
Inda que eu tenha qui andá
nos buraco assombrado
lá pelas encruzinhada do capeta
não careço tê medo di nada a-modo-de-quê
Ele é mais forte que o "coisa-ruim"
Ele sempre nos aprepara uma boa bóia
na frente di tudo quanto é maracutaia
E é assim que um dia quando a gente tivé
mais-pra-lá-do-qui-pra-cá
nóis vai morá no rancho do Sinhô
pra inté nunca mais se acabá...

27 de setembro de 2010

Tente Outra Vez

Veja
Não diga que a canção está perdida
Tenha fé em Deus, tenha fé na vida
Tente outra vez

Beba
Pois a água viva ainda está na fonte
Você tem dois pés para cruzar a ponte
Nada acabou, não não não não

Tente
Levante sua mão sedenta e recomece a andar
Não pense que a cabeça agüenta se você parar, não não não não
Há uma voz que canta, uma voz que dança, uma voz que gira
Bailando no ar

Queira
Basta ser sincero e desejar profundo
Você será capaz de sacudir o mundo, vai
Tente outra vez

Tente
E não diga que a vitória está perdida
Se é de batalhas que se vive a vida
Tente outra vez.

Raul Seixas

22 de setembro de 2010

Primavera

A primavera chegará, mesmo que ninguém mais saiba seu nome, nem acredite no calendário, nem possua jardim para recebê-la. A inclinação do sol vai marcando outras sombras; e os habitantes da mata, essas criaturas naturais que ainda circulam pelo ar e pelo chão, começam a preparar sua vida para a primavera que chega.
Finos clarins que não ouvimos devem soar por dentro da terra, nesse mundo confidencial das raízes, — e arautos sutis acordarão as cores e os perfumes e a alegria de nascer, no espírito das flores.
Há bosques de rododendros que eram verdes e já estão todos cor-de-rosa, como os palácios de Jeipur. Vozes novas de passarinhos começam a ensaiar as árias tradicionais de sua nação. Pequenas borboletas brancas e amarelas apressam-se pelos ares, — e certamente conversam: mas tão baixinho que não se entende.
Oh! Primaveras distantes, depois do branco e deserto inverno, quando as amendoeiras inauguram suas flores, alegremente, e todos os olhos procuram pelo céu o primeiro raio de sol.
Esta é uma primavera diferente, com as matas intactas, as árvores cobertas de folhas, — e só os poetas, entre os humanos, sabem que uma Deusa chega, coroada de flores, com vestidos bordados de flores, com os braços carregados de flores, e vem dançar neste mundo cálido, de incessante luz.
Mas é certo que a primavera chega. É certo que a vida não se esquece, e a terra maternalmente se enfeita para as festas da sua perpetuação.
Algum dia, talvez, nada mais vai ser assim. Algum dia, talvez, os homens terão a primavera que desejarem, no momento que quiserem, independentes deste ritmo, desta ordem, deste movimento do céu. E os pássaros serão outros, com outros cantos e outros hábitos, — e os ouvidos que por acaso os ouvirem não terão nada mais com tudo aquilo que, outrora se entendeu e amou.
Enquanto há primavera, esta primavera natural, prestemos atenção ao sussurro dos passarinhos novos, que dão beijinhos para o ar azul. Escutemos estas vozes que andam nas árvores, caminhemos por estas estradas que ainda conservam seus sentimentos antigos: lentamente estão sendo tecidos os manacás roxos e brancos; e a eufórbia se vai tornando pulquérrima, em cada coroa vermelha que desdobra. Os casulos brancos das gardênias ainda estão sendo enrolados em redor do perfume. E flores agrestes acordam com suas roupas de chita multicor.
Tudo isto para brilhar um instante, apenas, para ser lançado ao vento, — por fidelidade à obscura semente, ao que vem, na rotação da eternidade. Saudemos a primavera, dona da vida — e efêmera.
Cecília Meireles

17 de setembro de 2010

Fala, Che

"HAY QUE ENDURECER, PERO SIN PERDER LA TERNURA JAMÁS."
Ernesto Guevara

4 de setembro de 2010

Wouldn't It Be Nice

Wouldn't it be nice if we were older
Then we wouldn't have to wait so long
And wouldn't it be nice to live together
In the kind of world where we belong
You know it's gonna make it that much better
When we can say goodnight and stay together
Wouldn't it be nice if we could wake up
In the morning when the day is new
And after having spent the day together
Hold each other close the whole night through
Happy times together we've been spending
I wish that every kiss was never ending
Wouldn't it be nice
Maybe if we think and wish and hope and pray
It might come true
Baby then there wouldn't be a single thing we couldn't do
We could be married
And then we'd be happy
Wouldn't it be nice
You know it seems the more we talk about it
It only makes it worse to live without it
But let's talk about it
Wouldn't it be nice

Beach Boys

31 de agosto de 2010

Sobre Mais Saudade

" Saudade é amar um passado que não passou, é recusar um presente que nos machuca, é não ver o futuro que nos convida. "
Pablo Neruda

27 de agosto de 2010

Admito que Perdi

"Sonhos são como deuses
Quando não se acredita neles, deixam de existir
Lutei por sua alma, mas admito que perdi."
Admito que Perdi - Moska