26 de julho de 2007

Trava-línguas

O trava-línguas é uma sucessão de sons semelhantes, geralmente difíceis de serem reproduzidos quando pronunciados rapidamente.
Faz parte das manifestações populares da cultura das diferentes línguas e normalmente integra o repertório da literatura oral das crianças.

Casa suja. Chão sujo. Casa suja. Chão sujo. Casa suja. Chão sujo. Casa suja. Chão sujo. ..

Atrás da pia tem um prato, um pinto e um gato. Pinga a pia, apara o prato, pia o pinto e mia o gato.

Lá vem o velho Félix com um fole velho nas costas. Tanto fede o velho Félix como o fole do velho Félix fede.

Tem uma tatu-peba, com sete tatu-pebinha. Quem destatupebá ela, bom destatupebador será.

A Gigi já jejuou hoje e o João enjoou e jejuou junto.

Paulo Pereira Pinto Peixoto, pobre pintor português, pinta perfeitamente, portas, paredes e pias por parco preço, patrão.

Betty Botter had some butter,"But," she said, "this butter's bitter.If I bake this bitter butter,it would make my batter bitter.But a bit of better butter--that would make my batter better.

Um sapo dentro do saco O saco com o sapo dentro O sapo batendo o papo E o papo cheio de vento.

Trezentos e trinta e três trilhões trezentos e trinta e três milhões trezentos e trinta e três mil e trezentos e trinta e três.

Se o Papa papasse papa, se o Papa papasse pão, o Papa tudo papava. Seria o Papa papão.

El perrito de Rita me irrita.Si el perrito de Rita me irrita,dile a Rita que cambie el perrito por una perrita.

Quico quer caqui. Que caqui que o Quico quer? O Quico quer qualquer caqui.

Num ninho de Mafagafos cinco mafagafinhos tem. Quem os desmafagafizar um grande desmafagafizador será. (essa eu nunca consegui dizer!)

A batina do padre Pedro é preta.

Macarrão,Camarão,Caramujo. Macarrão,Camarão,Caramujo. Macarrão,Camarão,Caramujo. Macarrão,Camarão,Caramujo. Macarrão,Camarão,Caramujo. Macarrão,Camarão,Caramujo.

Quem a paca cara compra, caro a paca pagará.

E não confunda ornitorrinco com otorrinolaringologista, ornitorrinco com ornitologista, ornitologista com otorrinolaringologista, porque ornitorrinco é ornitorrinco, ornitologista é ornitologista, e otorrinolaringologista é otorrinolaringologista!

19 de julho de 2007

Pausa pro café

"Num salão de Paris,a linda moça de olhar gris,toma café. Moça feliz(...) Quedê o sertão daqui? Lavrador derrubou. Quedê o lavrador? Está plantando café. Quedê o café? Moça bebeu. Mas a moça,onde está? Está em Paris. Moça feliz". Cassiano Ricardo

De longa história, os primeiros cafeeiros já faziam parte das paisagens das montanhas da Etiópia antes do século 5º, onde seus grãos eram consumidos em forma de pasta, misturada a uma espécie de manteiga. Dali passaram para a Arábia do Sul - os grãos eram então torrados, reduzidos a pó num pilão, sendo esse pó jogado em água fervente. No final do século 15, em Meca, na Arábia Saudita, surgiram os primeiros locais públicos de venda de café, o que também aconteceu em Constantinopla.
Do Oriente para o Ocidente, o café veio a bordo das naus dos mercadores de Veneza. Os italianos, porém, não aprovaram a bebida à maneira turca, com o pó misturado à água, e decidiram criar uma receita ao seu próprio gosto: os grãos moídos eram colocados num filtro, sendo a água fervente derramada sobre o pó. A aprovação foi imediata e os primeiros salões de café viraram moda na Itália - eram locais sofisticados de reuniões de amigos.
Na França criaram-se saraus literários em torno do cafezinho, e consta que o rei Luis XV gostava de preparar o seu pessoalmente. Na Alemanha, o café ganhou como homenagem nada menos do que uma cantata, assinada por ninguém menos do que Johann Sebastian Bach. Na Inglaterra não fez muito sucesso, apesar de terem surgido muitas coffee houses pelo país, logo perdendo em popularidade para o chá, a indiscutível bebida nacional.
Quando os holandeses levaram mudas de cafeeiros para o Sri Lanka e Java, o café se aproximava do Brasil: das Índias Orientais, via Holanda, as mudas chegaram às Guianas. Então foi só atravessar a fronteira, na bagagem do Sargento-mor Palheta, para fazer do país, de 1840 a 1880, seu maior produtor mundial.

Do livro "500 anos de sabor", de Eda Romio

16 de julho de 2007

Pan Pan Pan...


É tempo de PAN!
Nesta Panacéia desvairada, brilha os olhos o que foge do cotidiano. União de vários esportes, países, medalhas e recordes.
Por falar em recordes, mal começou o evento e já temos um no quesito investimento: os estimados R$942,5 milhões quadruplicaram antes mesmo da abertura dos jogos! O bolso do brasileiro, gostando ou não de esportes, sem dúvida é o maior investidor desta festa.
Mas tudo acaba em medalhas. O Brasil, com sua enorme equipe distribuída nas 41 modalidades, dá ao coração brasileiro a esperança de muitos ouros. O torcedor, incluindo o bandido e o trombadinha, se aproveita para fazer parte também das conquistas - medalhas, festa, turismo, Rio de Janeiro...
Noves fora, A Comemorar! Palco para grandes estrelas, como a seleção masculina de vôlei e a queridinha Daiane dos Santos da ginástica artística, o Pan sempre traz grandes apostas e revelações. Eu aposto nos 22 brasilienses, sobretudo os do atletismo e dos saltos ornamentais e revelo que estarei sempre de olho nas competições até o encerramento.
Para quem gosta e quer ficar por dentro também, acesse o site
www.brasilnopan.com.br
Com ajuda da nossa torcida, dos organizadores, da polícia e a sorte do nosso mascote Cauê (que poderia ter se chamado Kuará), que o Brasil, ao menos neste Pan, nos dê motivos para orgulho de sermos chamados brasileiros.

12 de julho de 2007

Passatempo


Brincadeirinha light para quem estiver por aqui
Observe e encontre as pessoas que não estão nos dois desenhos.
Boa diversão!
Retirado do livro Explicando a arte, de Jô Oliveira e Lucília Garcez

11 de julho de 2007

Cultura

Poesia de Arnaldo Antunes

O girino é o peixinho do sapo.
O silêncio é o começo do papo.
O bigode é a antena do gato.
O cavalo é o pasto do carrapato.
O cabrito é o cordeiro da cabra.
O pescoço é a barriga da cobra.
O leitão é um porquinho mais novo.
A galinha é um pouquinho do ovo.
O desejo é o começo do corpo.
Engordar é tarefa do porco.
A cegonha é a girafa do ganso.
O cachorro é um lobo mais manso.
O escuro é a metade da zebra.
As raízes são as veias da seiva.
O camelo é um cavalo sem sede.
Tartaruga por dentro é parede.
O potrinho é o bezerro da égua.
A batalha é o começo da trégua.
Papagaio é um dragão miniatura.
Bactéria num meio é cultura.


(Arnaldo Antunes in "Nome" São Paulo.BMG Ariola Discos,1993)

3 de julho de 2007

Fragmentos de um pensador


Eu não tenho jeito. Caio e fico, erro e repito, bebo e recomeço, prometo e desobedeço, e quando tudo é claro eu escureço.
Ninguém me conhece direito, pois toda e qualquer traição que cometo é da ponta do nariz para dentro. Que bom,ainda há quem me ame.
Eu filosofo e não chego a lugar algum. O que vejo assisto. E se choro, sorrio ou desisto é motivo para pensar e pensar e pensar...
Admito a inveja de não ser o que não sou, não ter o que não tenho. Oposto a isso reconheço, agradeço e quero apenas o que é para ser meu.
E o que é?
Não descobri. Exceto o que é meu e de todo mundo, como o dia, a noite, o futuro mudo, meus são pensamentos, gostos, meus amores platônicos que horas depois já não são mais. O que é meu o ouvido, a lembrança, os medos não superados. Se para algo ser eternamente meu necessita ser também do mundo inteiro eu fico nu, incendeio, descontrolo, peço arrego.
Eis-me nu, maltrapilho! Clamo a todos que sou mau, faço o mal e não quero mais a poesia, nem o sorriso de alegria. Dane-se a simpatia.
Volto a ser sem jeito, porém não arrependo mais que me arrebente. Não penso - apenas estratégias para a destruição. Quem sabe assim me torne alguém melhor, com mais amores, menos dores, sem horrores e nada mais me assustará. Nem este traiçoeiro e vil ato que é pensar.