8 de abril de 2008

Desenredo

Por toda terra que passo
Me espanta tudo o que vejo
A morte tece seu fio
De vida feita ao avesso

O olhar que prende anda solto
O olhar que solta anda preso
Mas quando eu chego
Eu me enredo
Nas tranças do teu desejo

O mundo todo marcado
A ferro, fogo e desprezo
A vida é o fio do tempo
A morte é o fim do novelo

O olhar que assusta anda morto
O olhar que avisa anda aceso

Mas quando eu chego
Eu me perco
Nas tramas do teu segredo

Ê, Minas
Ê, Minas
É hora de partir
Eu vou
Vou-me embora pra bem longe

A cera da vela queimando
O homem fazendo o seu preço
A morte que a vida anda armando
A vida que a morte anda tendo

O olhar mais fraco anda afoito
O olhar mais forte, indefeso
Mas quando eu chego
Eu me enrosco
Nas cordas do teu cabelo

Ê, Minas
Ê, Minas
É hora de partir
Eu vou
Vou-me embora pra bem longe.

Dori Caymmi e Paulo César Pinheiro

3 comentários:

Alex Manzi disse...

Eita, música linda. Recomendo a gravação de Saulo Laranjeira com participação de Titane. Sublime.

Beijoca.

Anônimo disse...
Este comentário foi removido por um administrador do blog.
Patrízia Veloso disse...

Ah!!! Concordo plenamente! Inclusive, foi a primeira versão que essa música chegou aos meus ouvidos, numa fita preciosa que ganhei há uns 10 anos...rs