19 de junho de 2008

Buenos días, Buenos Aires

Cheguei em Buenos Aires no domingo. Aqui 15 de junho é dia dos pais, por isso, um feriado. No dia seguinte, feriado também, dia da Bandeira Nacional. Neste mesmo dia, a noite, depois de sair de um restaurante perto do hotel, a rua começava a barulhar: eram manifestantes fazendo o famoso "cacerolazo". Eu vi! Todos na rua, nas sacadas dos prédios, com colher em uma mão e panela em outra; carros passando e gritando suas buzinas. Parecia final de copa, mas não era.
Faz 100 dias que o grupo de produtores rurais está em greve. Bloquearam estradas e estavam dispostos a estragar a manifestação de ontem na Casa Rosada. Nas prateleiras, falta carne, falta verduras e frutas, falta farinha, falta leite e gasolina nos postos.
Muitos discursos, entre ruralistas e governo, muitas discussões entre jornalistas e ruralistas, garçons e clientela, amigos na mesa de bar. Todos aqui parecem que tem uma opinião para dar, seja contra ou a favor do governo. Na tv, em qualquer canal aberto é passado a todo momento os últimos acontecimentos desses dias de crise. Isso é histórico!
Eu aqui, além de um passeio turístico, estou tendo a oportunidade, como poucos, de estar presente em um momento não muito bom, mas importantíssimo para o povo argentino.
E o jogo de ontem? Me deu sono.
Dizia um jornalista pela tarde que um time de futebol é apresentado no campo como reflexo do momento em que o país vive. Se isso realmente o for, a Argentina estaria indo para um bom caminho, ao menos buscando seus ideais...quanto ao Brasil...Será que está na hora de Dunga rodar?

Um comentário:

R.T.M. disse...

misturando futebol, prosa e politica, vais virar uma chica buarque mulher. hehehe vorta so. beijao