30 de abril de 2007

Saudá

De gostos nunca mais provados
De gestos nunca antes feitos
De tentar consertar os defeitos
De escancarar o coração tão cerrado.
Do amigo que há tempos não vejo
De quem hoje em dia não é mais o mesmo
De achar que só eu fosse o culpado.Coitado.
De rir sempre da mesma piada
Do comentário na hora errada
De frases e músicas quase sagradas
ditas e cantadas na quinta passada.

Sinto saudade do que fui, do que foi
De alguém que ainda não conheci
Do lugar que não visitei
Da pessoa que hoje tenho.
De sentir saudade de alguém
Ou de não sentir nada além
de querer bem quem não me quer.
Daquela comida de hotel,
Da viagem atrapalhada
Do compromisso inadiável
De não conhecer tal palavra...

Metade é lembrança que o tempo levou
Que morreu num abraço,numa chuva.
Metade é saber que um dia
O sentimento que não sabia
E hoje dói, e rói, e não acabará.

Metade de mim é saudade
A outra ainda será.

Um comentário:

Unknown disse...

Amiga,
AMEI!!!
Parabéns