29 de junho de 2007

Abraço aos amigos


Meus amigos são todos assim: metade loucura, outra metade santidade. Escolho-os não pela pele, mas pela pupila, que tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante. Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo. Deles não quero resposta, quero meu avesso. Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto, e velhos, para que nunca tenham pressa. Tenho amigos para saber quem eu sou, pois vendo-os loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que a normalidade é uma ilusão imbecil e estéril.

Oscar Wilde

A todos eles que sempre estão por aqui e aqui dentro.

23 de junho de 2007

Flamenco


Já estava na hora de postar alguma coisa sobre a Dança Flamenca. É a minha grande paixão. Na verdade, flamenco não é apenas dança, mas expressão de cultura, de vida, de alma.
Amigos, não é exagero meu, mas quem um dia experimenta ver ou dançar entende esta sensação que vicia, e vibra, e sente, e chora, e sorri, e bate palmas, e sapateia, e sonha, e ¡olé!

A começar, um pouco da história do FLAMENCO

O flamenco é um estilo musical e um tipo de dança fortemente influenciado pela cultura cigana, mas que tem raízes mais profundas na cultura musical mourisca, influência de árabes e judeus. A cultura do flamenco é associada principalmente a Andaluzia na Espanha, e tornou-se um dos ícones da música espanhola e até mesmo da cultura espanhola em geral.
Muitos dos detalhes do desenvolvimento do flamenco foram perdidos na história da Espanha e existem várias razões para essa falta de evidências históricas:
Os tempos turbulentos dos povos envolvidos na cultura do flamenco. Os
mouros, os ciganos e os judeus foram todos perseguidos e expulsos pela inquisição espanhola em diversos tempos durante a “Reconquista”.
Os ciganos possuíam principalmente uma cultura oral. As suas músicas eram passadas às novas gerações através de actuações em comunidade
Granada, o ultimo reduto dos mouros, caiu em 1492, quando os exércitos de Fernando II de Aragão e Isabel I de Castela (os reis católicos) reconquistaram esta cidade após cerca de 800 anos de domínio muçulmano. O Tratado de Granada foi criado para assegurar as bases da tolerância religiosa, conseguindo com isso que os muçulmanos se rendessem pacificamente. Durante alguns anos existiu uma tensa calma em Granada e à sua volta, no entanto, à inquisição não lhe agradava a tolerância religiosa relativamente aos judeus e aos muçulmanos e conseguiu convencer Fernando e Isabel a quebrarem o tratado e a forçar os judeus e os mouros a converterem-se a cristianismo ou deixarem a Espanha de vez. Em 1499, cerca de 50.000 mouros foram coagidos a tomar parte de um baptismo em massa. Durante a rebelião que se seguiu, as pessoas que recusaram baptizar-se ou serem deportadas para África, foram pura e simplesmente eliminadas. Como consequência desta situação, assistiu-se à fuga de mouros, ciganos e judeus para as montanhas e regiões rurais.
Foi nesta situação social e economicamente difícil que as culturas musicais de judeus, ciganos e mouros começaram a fundir-se no que se tornaria a forma básica do flamenco: O estilo de cantar dos mouros, que expressava a sua vida difícil na Andaluzia, palmas ritmadas e movimentos de dança básicos. Muitas das músicas flamencas aindas refletem o espírito desesperado, a luta, a esperança, o orgulho e as festas noturnas durante essa época. Música mais recente de outras regiões de Espanha, influenciaram e foram influenciadas pelo estilo tradicional do flamenco.

Mais no site http://pt.wikipedia.org/wiki/Flamenco

12 de junho de 2007

Ite

Sinusite, amigdalite, preguicite. Febre alta, pressão baixa, insônia, preocupação. Dor de cabeça, apaixonite, celulite, resfriado, dor de veado de tanta tosse. Até parece letra de música.
Enquanto meu mundo rodava descompassadamente a enfermeira comentou que a minha veia era do tipo "dançarina". A situação não permitiu que eu achasse graça naquilo, pois já completavam quatro tentativas frustradas, uma agulhada pior que a outra. Dói demais. Após a quinta picada - e até que enfim a última -, quando remédios e soro já passeavam pelo meu corpo pensei em respondê-la: "É porque sempre gostei de dançar, tá na veia mesmo!". É claro que não disse. Mesmo se estivesse em condições de verbalizar qualquer coisa que fosse não seria uma piadinha como essa que faria em momento tão inoportuno.
Penso agora na tal história da ação-reação. Quando fico o dia inteiro estudando, por exemplo, sinto dores de cabeça e nas costas; quando passo horas dançando (para alimentar a danada e inquieta veia) tenho no máximo cansaço nas pernas; mas se faço a simples extravagância de tomar sereno por poucas horas sou nocauteada desta maneira? Protesto! Há de se rever isso.
Aguardo respostas e não tenho como fugir do repouso. O bom é que algumas decisões estão sendo tomadas enquanto tomo os vários remédios nestes intermináveis três dias: a partir de agora e durante todo o inverno, que começa na próxima semana, casaco é traje fundamental; todas as noites a janela estará sempre fechada; cerveja gelada só se for numa tarde de muito calor; nunca ir ao samba com "tomara-que-caia"(para tal decisão existem também outros motivos); aproveito para rezar pelos mais enfermos do que eu; e acreditar em grandes olhares somente quando acompanhados por atitudes compatíveis.
Porque o pulso ainda pulsa.

5 de junho de 2007

Olha pro céu, meu amor


Em época de festas juninas aqui vão algumas curiosidades sobre esta antiga tradição e também simpatias para o dia de Santo Antônio...para quem é de.


A festa Junina é uma celebração brasileira de origem européia, historicamente relacionada com a festa pagã do solstício de verão que era celebrada no dia 24 de junho, segundo o calendário pré-gregoriano e cristianizada na Idade Média como "Festa de São João". Ela festeja no Brasil três importantes santos católicos: Santo Antônio (13 de junho), São João (24 de junho) e São Pedro (29 de junho). Em Portugal, estas festas são conhecidas pelo nome de Santos Populares e correspondem a diferentes feriados municipais: Santo António, em Lisboa, São João, no Porto, em Braga e em Almada.


A origem da fogueira - Uma legenda católica cristianizando a fogueira do solstício estival afirma que o antigo costume de acender fogueiras no começo do verão europeu tinha suas raízes em um trato feito pelas primas Isabel e Maria. Para avisar Maria sobre o nascimento de São João Batista e assim ter seu auxílio após o parto, Isabel tinha acendido uma fogueira sobre um monte. Ainda hoje, a fogueira de São João é o traço comum que une todas as festas de São João européias (da Estônia ao Portugal, da Finlândia à França).

Os balões - eram elemento comum durante o São João brasileiro. Tornou-se, no entanto, uma prática proibida por lei, devido ao risco de incêndio. Os balões serviam para avisar que a festa iria começar.Eram soltados de 5 a 7 balões para se indentificar.


O relacionamento entre os devotos e os santos juninos, principalmente Santo Antônio e São João, é quase familiar: cheio de intimidades, chega a ser, por vezes, irreverente, debochado e quase obsceno. Esse caráter fica bastante evidente quando se entra em contato com as simpatias, sortes, adivinhas e acalantos feitos a esses santos:

"Confessei-me a Santo Antônio,
confessei que estava amando.
Ele deu-me por penitência
que fosse continuando."


A seguir, algumas simpatias feitas para Santo Antônio:
- Moças solteiras, desejosas de se casar, em várias regiões do Brasil, colocam-no de cabeça para baixo atrás da porta ou dentro do poço ou enterram-no até o pescoço. Fazem o pedido e, enquanto não são atendidas, lá fica a imagem de cabeça para baixo. E elas pedem:
meu Santo Antônio...
- Para arrumar namorado ou marido, basta amarrar uma fita vermelha e outra branca no braço da imagem de Santo Antônio, fazendo a ele o pedido. Rezar um Pai-Nosso e uma Salve-Rainha. Pendurar a imagem de cabeça para baixo sob a cama. Ela só deve ser desvirada quando a pessoa alcançar o pedido.
E não esqueça: dia 13 de junho,dia de Santo Antônio, deve-se ir à igreja para receber o "pãozinho de Santo Antônio", que é dado gratuitamente pelos padres.



Boas comemorações!


Informações retiradas do site www.pt.wikipedia.org/wiki/Festa_Junina

4 de junho de 2007

Hermana Duda

No tengo a quién rezarle pidiendo luz
Ando tanteando el espacio a ciegas
No me malinterpreten
no estoy quejándome
Soy jardinero de mis dilemas.

Hermana duda,
Pasarán los años,cambiarán las modas
vendrán otras guerras, perderán los mismos
y ojalá que tu sigas teniendome atiro.

Pero esta noche, hermana duda
Hermana duda,
Dame un respiro.

No tengo a quien culpar que no sea yo
Con mi reguero de cabos sueltos
No me malinterpreten
lo llevo bien
O por lo menos hago el intento.

Hermana duda,
Pasarán los discos, subirán las aguas
cambiarán las crisis, pagarán los mismos
y ojalá que tu sigas mordiendo mi lengua.

Pero esta noche, hermana duda
Hermana duda,
Dame una tregua.

Canción de Jorge Drexler