21 de novembro de 2008

Discovery


Viajar o mundo inteiro pra ver
Pra ver como mundo é grande
Pra ver como a terra é gigante
pra ver como eu sou pequeno
Pra ver como eu sou poeira.

Subir a montanha mais alta pra ver
A estrada e o rio
Do tamanho de um fio de cabelo
Pra ver como eu sou poeira
Pra ver como eu sou um cisco
E o rio São Francisco visto do alto
é um risco no mapa.

Quero nada,Quero não,Quero nada, não.

Olhar pela janela do Discovery
E ver como a terra é grande.
E ver como a terra é azul.
Girando num universo sem fronteira.

Deixa eu aqui plantado no mesmo lugar
Se eu quiser eu leio um livro
Se eu quiser eu toco um som
Porque o tom do pensamento é infinito
e sonhar é bom.

Lula Queiroga

20 de novembro de 2008

Consciência

Hoje, dia 20, é Dia da Consciência Negra.
É dia! Consciência, Branco!

"Somos miscigenados por inteiro, Salve o povo índio-branco-afro-brasileiro!"

19 de novembro de 2008

O Burro

Homenagem ao Dia do Cordelista
O grande Patativa!

Vai ele a trote, pelo chão da serra,
Com a vista espantada e penetrante,
E ninguém nota em seu marchar volante,
A estupidez que este animal encerra.

Muitas vezes, manhoso, ele se emperra,
Sem dar uma passada para diante,
Outras vezes, pinota, revoltante,
E sacode o seu dono sobre a terra.

Mas contudo! Este bruto sem noção,
Que é capaz de fazer uma traição,
A quem quer que lhe venha na defesa,

É mais manso e tem mais inteligência
Do que o sábio que trata de ciência
E não crê no Senhor da Natureza.

Patativa do Assaré

5 de novembro de 2008

Oh,Bama!


E nasce uma esperança! Quanta esperança! A vontade do início, a vontade do fim, a América para os americanos, para os africanos, para os haitianos, muçulmanos, islâmicos, América para os paraibanos...

Vejo tudo isso como um perigo e uma grande ilusão que nos ensinam desde criança: "filho, ponha a capa que você será um super-herói". É o mesmo que achar que os Beatles, Chapolin ou o Exterminador do Futuro vai resolver todos os problemas da humanidade.

Noves fora, torço por muita sorte para os próximos anos e uma realidade melhor, já que isso também faz parte da vida, da história e do futuro do meu país.

Democracia para o mundo, paz, igualdade e dólar a um real!

28 de outubro de 2008

Rua da passagem


Os curiosos atrapalham o trânsito
Gentileza é fundamental
Não adianta esquentar a cabeça
Não precisa avançar no sinal
Dando seta pra mudar de pista
Ou pra entrar na transversal
Pisca alerta pra encostar na guia
Pára brisa para o temporal
Já buzinou, espere, não insista,
Desencoste o seu do meu metal
Devagar pra contemplar a vista
Menos peso do pé no pedal
Não se deve atropelar um cachorro
Nem qualquer outro animal
Todo mundo tem direito à vida
Todo mundo tem direito igual.
Motoqueiro caminhão pedestre
Carro importado, carro nacional
Mas tem que dirigir direito
Para não congestionar o local
Tanto faz você chegar primeiro
O primeiro foi seu ancestral
É melhor você chegar inteiro
Com seu venoso e seu arterial
A cidade é tanto do mendigo
Quanto do policial
Todo mundo tem direito à vida
Todo mundo tem direito igual.
Travesti trabalhador turista
Solitário família casal
Todo mundo tem direito à vida
Todo mundo tem direito igual.
Sem ter medo de andar na rua
Porque a rua é o seu quintal
Todo mundo tem direito à vida
Todo mundo tem direito igual.
Boa noite, tudo bem, bom dia,
Gentileza é fundamental
Pisca alerta pra encostar na guia
Com licença, obrigado, até logo, tchau.

Lenine/Arnaldo Antunes

10 de outubro de 2008

A Compadecida


Lembro-me da oração do João Grilo no filme "O Auto da Compadecida", de Ariano Suassuna, quando chegou às portas do céu e resolveu apelar à Nossa Senhora para livrá-lo do inferno.
Uma lembrança ao dia 12, de Nossa Senhora Aparecida.

Versos engraçadinhos da cultura nossa popular.

"Valha-me Nossa Senhora, Mãe de Deus de Nazaré!
A vaca mansa dá leite
A braba dá quando quer
A mansa dá sossegada
A braba levanta o pé
Já fui barco, fui navio
Hoje sou escaler
Já fui menino, fui homem
Só me falta ser mulher
Valha-me Nossa Senhora, Mãe de Deus de Nazaré!"
(Ariano Suassuna)

8 de outubro de 2008

Por trás da foto


O beijo da Time Square

O Beijo de despedida da Guerra foi feita por Victor Jorgensen na Times Square em 14 de Agosto de 1945, onde um soldado da marinha norte-americana beija apaixonadamente uma enfermeira. O que é fora do comum para aquela época é que os dois personagens não eram um casal, eram perfeitos estranhos que haviam acabado de encontrar-se.
A fotografia, grande ícone, é considerada uma analogia da excitação e paixão que significa regressar a casa depois de passar uma longa temporada fora,como também a alegria experimentada ao término de uma guerra.

26 de setembro de 2008

Coração Tranquilo

Tudo é uma questão de manter
A mente quieta
A espinha ereta
E o coração tranquilo.

Coração Tranquilo - Walter Franco
http://www.youtube.com/watch?v=MAqCJ3S-Klc

19 de setembro de 2008

A Luz

Dizem que "Das trevas alcança-se a Luz".
Sábias palavras!
...
Certo...
...
... ok! ...
...
...

...Alguém pode me emprestar uma lamparina aí?

16 de setembro de 2008

Vida Animal


Já parou para pensar que nós, dotados do privilégio de sermos os únicos seres capazes de raciocínio e "evolução"(?), a todo momento nos comparamos ou agimos como os animais? Bem ou mal eles nos servem de parâmetro e, muitas vezes, de ingrata metáfora para explicar nossos costumes ou burrices.
Pois é...a burrice! Essa palavra vem do burro... que, diga-se de passagem, é mais inteligente que o cavalo, que no nosso mundo racional daqui, nada mais é do que um cara grosso que vive dando patada.
E as patas do pato? Diz certa espécie que os patos são os animais mais sábios que existem porque já nascem com os dedos unidos para não ter que usar aliança. Vê se pode! Isso só pode ter vindo de um jumento carente...
E falando nisso, por que será que ao imaginarmos um bichinho carente vemos um ursinho fofo, ou um gatinho? Ursos são solitários por natureza, selvagens e fortes o suficiente para não precisarem de mais ninguém; os gatos, bichos individualistas, desconfiados e por vezes, rudes. Não vejo carência nesses seres. O cachorro, por sua vez, tanto pode ser aquela figura dócil pedinte de atenção como pode representar a mais incompreensível e previsível das espécies - os homens.
Mas se chamo um de cachorro é porque sou uma galinha; se uma criatura bate no meu carro a chamo de vaca (se homem, é cachorro mesmo!); se como demais viro baleia; se não tomo banho viro um porco; se protejo demais sou uma coruja; se falo demais sou comparada ao homem da cobra(???); mas se fico quieta na minha viro tatu.
Com essas e outras a gente vai levando a nossa evoluída e racional vida, a passos de tartaruga, bicando tudo feito beija-flor, engolindo os sapos e pagando os micos que aprontamos: incomparáveis seres.

E boca de siri.

15 de setembro de 2008

Todo se Transforma

Tu beso se hizo calor,
Luego el calor, movimiento,
Luego gota de sudor
Que se hizo vapor, luego viento
Que en un rincón de la rioja
Movió el aspa de un molino
Mientras se pisaba el vino
Que bebió tu boca roja.

Tu boca roja en la mía,
La copa que gira en mi mano,
Mientras el vino caía
Supe que de algún lejano rincón
De otra galaxia, el amor que me darías,
Transformado, volvería
Un día a darte las gracias.

Cada uno da lo que recibe
Luego recibe lo que da,
Nada es más simple,
No hay otra norma
Nada se pierde,Todo se transforma.

El vino que pagué yo,
Con aquel euro italiano
Que había estado en un vagón
Antes de estar en mi mano,
Y antes de eso en torino,
Y antes de torino en prato,
Donde hicieron mi zapato
Sobre el que caería el vino.

Zapato que en unas horas
Buscaré bajo tu cama
Con las luces de la aurora,
Junto a tus sandalias planas
Que compraste aquella vez
En Salvador de Bahia,
Donde a otro diste el amor
Que hoy yo te devolvería.

Cada uno da lo que recibe
Luego recibe lo que da,
Nada es más simple,
No hay otra norma
Nada se pierde,Todo se transforma.

Todo se transforma - Jorge Drexler
http://www.youtube.com/watch?v=oCjpqx3cXs0

2 de setembro de 2008

Milonga

Nem todo toco ecoa
Nem todo eco toca
Nem toda toca é casa
Nem toda casa é rosa
Nem toda rosa é flor
Nem qualquer botão de prosa
Nem toda lua é nova
Nem toda areia é branca
Nem todo fato prova
E toda santa é santa
Nem toda morte é dor
Nem toda ilusão distante.

Milonga - Rodrigo Maranhão
www.myspace.com/rodrigomaranhao

27 de agosto de 2008

Não nos custa tentar

A vontade era de se exaltar, não sabia como. As vezes os desejos vão além do que o próprio corpo ou razão alcançam. Quando deixou a caneta sobre o papel, estava certo da troca que fizera. Então, abandonou o abstrato e agarrou a determinação que nunca antes conhecera. E assim foi.
A mochila nas costas era apenas um símbolo daquilo que mais queria naquele momento, a liberdade de escolher o próprio caminho a seguir, com a única certeza de que por pouco que parecesse era feliz. Feliz sim, pois era vivo e agora livre de quaisquer maltratos que sofrera enquanto estava encarcerado no seu terrível hospital.
Durante o caminho, vez ou outra olhava para trás, na dúvida da estrada certa a percorrer. Insegurança daquele pré-aventureiro, botando em prática o que sempre sonhara: a caça infinda do tesouro da experiência, da coragem, da sabedoria – o tesouro do real saber viver.
Respirou fundo. Em passos constantes de bravura e serenidade, olhando tudo e todos ao redor da estrada quase deserta, descobriu que nada vem em vão, e que o homem no seu masoquismo e desonestidade com o próprio destino não se deixa viver, libertando-se do seu sofrimento e culpa.
Aquela grande família de sem-dentes, o gado atropelado pelo trator selvagem, o casebre destruído pela força do vendaval, fez com que pensasse em tudo isso e concluiu que, se parasse por ali mesmo, já teria valido a pena toda aquela caminhada.
Em passos confiantes e leves, ainda que falhos, ia. Num momento de inspiração e sentimento de liberdade, viu que era no próprio corpo que habitavam os males, ao contrário do que pensava, e que só dependia de si mesmo para se dar alta. Ao perceber o peso da mochila nas costas, viu que era a sua cruz naquela caminhada e a liberdade que a acompanhava não era uma condição, mas um lembrete de que tudo tem o seu preço.
Ao fim da estrada, respirou fundo mais uma vez. Com um sorriso singelo estampado de satisfação, voltou para casa certo de que tudo iria melhorar a partir de então, e dizia aos passantes com a doce simpatia que agora resgatara da remota infância: “Não nos custa tentar.”

26 de agosto de 2008

No Fim

2008 – 1000 e BUM !
Disk passagem para o além
Mamãe, perdoa qualquer coisa
Para Deus me fazer anjo
E não o diabo meu acém.

Oh, grande régisseur
Não permita descompasso
Neste lugar sem melodia
Em que o cenário é só de vento
E o grande coro se faz de aço.

Se for mesmo o apocalipse
Que anuncia a lava do vulcão
Juro por mim mortinho
Se isso ainda validar:
Não deixarei minha paixão.

Transformar-me-ei em lindo arcanjo
Com olhos azuis e aquela flecha...
Esquecer-me-ei de tudo que não creio
Que por mais que ame, resisto
Por mais que bate, o coração se fecha.

20 de agosto de 2008

Minha Mãe me Ensinou...

Era uma forma, hoje condenada por educadores e psicólogos, mas que funcionou para grande parte de homens e mulheres que também criaram seus filhos assim e agora assistem, algumas vezes hesitantes, a criação de seus netos de outra forma bastante diferente.

-Minha mãe me ensinou LÓGICA E HIERARQUIA... "PORQUE EU DIGO QUE É ASSIM! PONTO FINAL! QUEM É QUE MANDA AQUI?"
-Minha mãe me ensinou o que é MOTIVAÇÃO... "CONTINUA CHORANDO QUE EU VOU TE DAR UMA RAZÃO VERDADEIRA PARA VC CHORAR!"
-Minha mãe me ensinou a CONTRADIÇÃO... "FECHA A BOCA E COME!"
-Minha Mãe me ensinou sobre ANTECIPAÇÃO... "ESPERA SÓ ATÉ SEU PAI CHEGAR EM CASA!"
-Minha Mãe me ensinou sobre PACIÊNCIA... "CALMA!... QUANDO CHEGARMOS EM CASA VOCÊ VAI VER SÓ...".
-Minha Mãe me ensinou a ENFRENTAR OS DESAFIOS... "OLHE PARA MIM! ME RESPONDA QUANDO EU TE FIZER UMA PERGUNTA!"
-Minha Mãe me ensinou sobre RACIOCÍNIO LÓGICO... "SE VOCÊ CAIR DESSA ÁRVORE VAI QUEBRAR O PESCOÇO E EU VOU TE DAR UMA SURRA!"
-Minha mãe ensinou a VALORIZAR O SORRISO... "SE VOCÊ E SEU IRMÃO QUEREM SE MATAR, VÃO PRA FORA. ACABEI DE LIMPAR A CASA!"
-Minha Mãe me ensinou MEDICINA... "PÁRA DE FICAR VESGO, MENINO! PODE BATER UM VENTO E VOCÊ VAI FICAR ASSIM PARA SEMPRE."
-Minha Mãe me ensinou sobre o REINO ANIMAL... "SE VOCÊ NÃO COMER ESSAS VERDURAS, OS BICHOS DA SUA BARRIGA VÃO COMER VOCÊ!"
-Minha Mãe me ensinou sobre GENÉTICA... "VOCÊ É IGUALZINHO AO SEU PAI!"
-Minha Mãe me ensinou sobre minhas RAÍZES... "TÁ PENSANDO QUE NASCEU DE FAMÍLIA RICA É?"
-Minha Mãe me ensinou sobre a SABEDORIA DA IDADE... "QUANDO VOCÊ TIVER A MINHA IDADE, VOCÊ VAI ENTENDER."
-Minha Mãe me ensinou sobre JUSTIÇA... "UM DIA VOCÊ TERÁ SEUS FILHOS, E EU ESPERO QUE ELES FAÇAM PRÁ VOCÊ O MESMO QUE VOCÊ FAZ PRA MIM! AÍ VOCÊ VAI VER O QUE É BOM!"
-Minha mãe me ensinou RELIGIÃO... "MELHOR REZAR PARA ESSA MANCHA SAIR DO TAPETE!"
-Minha mãe me ensinou o BEIJO DE ESQUIMÓ... "SE RABISCAR DE NOVO, EU ESFREGO SEU NARIZ NA PAREDE!"
-Minha mãe me ensinou CONTORCIONISMO... "OLHA SÓ ESSA ORELHA! QUE NOJO!"
-Minha mãe me ensinou DETERMINAÇÃO... "VAI FICAR AÍ SENTADO ATÉ COMER TODA COMIDA!"
-Minha mãe me ensinou habilidades como VENTRÍLOQUO... "NÃO RESMUNGUE! CALA ESSA BOCA E ME DIGA POR QUE É QUE VOCÊ FEZ ISSO?"
-Minha mãe me ensinou a SER OBJETIVO... "EU TE AJEITO NUMA PANCADA SÓ!"
-Minha mãe me ensinou a ESCUTAR... "SE VOCÊ NÃO ABAIXAR O VOLUME, EU VOU AÍ E QUEBRO ESSE RÁDIO!"
-Minha mãe me ensinou a TER GOSTO PELOS ESTUDOS.. "SE EU FOR AÍ E VOCÊ NÃO TIVER TERMINADO ESSA LIÇÃO, VOCÊ JÁ SABE!..."
-Minha mãe me ajudou na COORDENAÇÃO MOTORA... "JUNTA AGORA ESSES BRINQUEDOS!! PEGA UM POR UM!!"
-Minha mãe me ensinou os NÚMEROS... "VOU CONTAR ATÉ DEZ. SE ESSE VASO NÃO APARECER VOCÊ LEVA UMA SURRA!"

Brigadão Mãe !!!

13 de agosto de 2008

Sobre a Saudade

A palavra Saudade traz em si, diversos significados que podem ser interpretados de acordo com o contexto onde é aplicado. Sua origem encontra-se no Latim, Solitate, e se pesquisada, descobriremos que a conotação contemporânea distanciou-se da original. Saudade não mais se refere ao sentimento de solidão preservado em variações de línguas românicas como o espanhol: soledad e soledat.
Sobre a saudade, podemos encontrar definições como "Sentimento mais ou menos melancólico de ausência, ligado pela memória à situações de privação da presença de alguém ou de algo, de afastamento de um lugar ou de uma coisa, ou à ausência de certas experiências e determinados prazeres já vividos e considerados pela pessoa em causa como um bem desejável"; ou "Lembrança nostálgica e, ao mesmo tempo, suave, de pessoa ou coisa distante ou extinta. Pesar pela ausência de alguém que nos é querido". Como sinônimos, encontramos Lembrança e Nostalgia.
Em 30 de janeiro celebra-se o "Dia da Saudade". Na gramática Saudade é substantivo abstrato, tão abstrato que só existe na língua portuguesa. Os outros idiomas têm dificuldade em traduzi-la ou atribuir-lhe um significado preciso: Te extraño (castelhano), J'ai regret (francês) e Ich vermisse dish (alemão). No idioma inglês encontramos várias tentativas: homesickness (equivalente a saudade de casa ou do país), longing e to miss (sentir falta de uma pessoa), e nostalgia (nostalgia do passado, da infância).
Mas todas essas expressões estrangeiras não definem o que sentimos. São apenas tentativas de determinar esse sentimento que nós mesmos não sabemos exatamente o que é. Não é só um obstáculo ou uma incompatibilidade da linguagem, mas é principalmente uma característica cultural daqueles que falam a língua portuguesa.

7 de agosto de 2008

Caçador de mim

Por tanto amor
Por tanta emoção
A vida me fez assim
Doce ou atroz
Manso ou feroz
Eu, caçador de mim

Preso a canções
Entregue a paixões
Que nunca tiveram fim
Vou me encontrar
Longe do meu lugar
Eu, caçador de mim

Nada a temer senão o correr da luta
Nada a fazer senão esquecer o medo
Abrir o peito a força, numa procura
Fugir às armadilhas da mata escura

Longe se vai
Sonhando demais
Mas onde se chega assim
Vou descobrir
O que me faz sentir
Eu, caçador de mim

Caçador de Mim - Milton Nascimento

23 de julho de 2008

À toa

Todo dia era a mesma cena: Antes do jantar a neném começava a chorar, a mãe a colocava no colo tentando acalmá-la e a irmã mais velha começava a chorar também, como quem necessitava a atenção integral da mãe afobada. Era sempre assim.

Após um momento desse desespero-rotina, a mãe chamou a filha e explicou:
- Minha filhinha, a sua irmazinha é só um bebê. Quando ela chora, ou tem fome, ou tem sono ou está doentinha. Mocinhas não choram à toa.

Outro dia, a mãe chegava cabisbaixa no quarto da primogênita, com soluços e olhos mareados, procurando entrar na brincadeira da filha que dava vida a bonecas.
- Mamãe, a senhora está com fome?
- Não, meu bem,não estou com fome...
- A senhora está com sono?
- Não,minha filha, também não...
- A senhora está dodói?
- Também não, viuu.

A criança então senta na cama, chama a mãe e oferece o seu pequeno colo coberto por um vestido rosa com flores coloridas:
- Mamãe... mocinhas não choram à toa...

19 de julho de 2008

A lei que pega

A loira voltava eufórica para casa depois de uma noitada daquelas. Parada numa blitz, o PM a aborda:
- Por favor, senhora, assopre no bafômetro
...
Eh, dona...deu positivo!
- Oba, estou grávida, estou grávida!!!

4 de julho de 2008

A lei que seca

Aqui não ando a pé. Não ando de ônibus ou metrô. Transporte público é uma vergonha, tudo é longe, inclusive onde meus amigos moram. É, eu tenho um carro, mas agora ele é 'arma', perigosa e traiçoeira. A lei me obrigou a não mais beber: delegacia, carteira e carro apreendidos. Estatísticas preenchidas por irresponsáveis de volante e bêbados inconscientes fizeram com que a lei caísse para cima de mim, de você, meros sociáveis. Agora é assim - não pode um copo de chopp, não pode bombom com licor, não pode uma taça de vinho. Não pode.
Já não faz mais sentido... Em Brasília, como em outras cidades desprovidas de praia, ouve-se dizer "Se não tem mar, vamos pro bar"... tsc, ah... bar sem uma cervejinha? E o que dirá do samba, da festa tão esperada, do aniversário do melhor amigo?
Donos de bar falirão...
O bolso de muitos vai esvaziar, de 900 em 900 reais...
...E logo, o bolso do governo vai engordaaaar...
No final das contas, ou a lei seca pega de vez e muda (à força) os costumes do povo ou um jeitinho será dado para tapear, e mais uma vez a criatividade da galera vai prevalecer.
O que eu vou fazer? De boa, algumas opções... andar na rabeira do amigo que só toma coca-cola, dormir fora, viajar mais ou virar natureba de vez.

2 de julho de 2008

Fé em Deus

A luta está difícil mas não posso desistir
Depois da tempestade flores voltam a surgir
Mas quando a tempestade demora a passar
A vida até parece fora do lugar
Não perca a fé em Deus, fé em Deus
Que tudo irá se acertar
Pois o sol de um novo dia vai brilhar
E essa luz vai refletir na nossa estrada
Clareando de uma vez a caminhada
Que nos levará direto ao apogeu
Tenha fé, nunca perca a fé em Deus

Pra quem acha que a vida não tem esperança
Fé em Deus
Pra quem estende a mão e ajuda a criança
Fé em Deus
Pra quem acha que o mundo acabou
Pra quem não encontrou um amor
Tenha fé, vá na fé
Nunca perca a fé em Deus
Pra quem sempre sofreu e hoje em dia é feliz
Fé em Deus
Pra quem não alcançou tudo que sempre quis
Fé em Deus
Pra quem ama, respeita e crê
E pra aquele que paga pra ver
Tenha fé, vá na fé
Nunca perca a fé em Deus

Aquilo que não mata só nos faz fortalecer
Vivendo aprendi que é só fazer por merecer
Que passo a passo um dia a gente chega lá
Pois não existe mal que não possa acabar
Não perca a fé em Deus, fé em Deus
Que tudo irá se acertar
Pois o sol de um novo dia vai brilhar
E essa luz vai refletir na nossa estrada
Clareando de uma vez a caminhada
Que nos levará direto ao apogeu
Tenha fé, nunca perca a fé em Deus...

Diogo Nogueira

26 de junho de 2008

Versus


Essa historinha nao faz o menor sentido
Futebol, arte, novelinha, portunhol
A briga eterna de dois amigos...
Brasil e Argentina se amam!

19 de junho de 2008

Buenos días, Buenos Aires

Cheguei em Buenos Aires no domingo. Aqui 15 de junho é dia dos pais, por isso, um feriado. No dia seguinte, feriado também, dia da Bandeira Nacional. Neste mesmo dia, a noite, depois de sair de um restaurante perto do hotel, a rua começava a barulhar: eram manifestantes fazendo o famoso "cacerolazo". Eu vi! Todos na rua, nas sacadas dos prédios, com colher em uma mão e panela em outra; carros passando e gritando suas buzinas. Parecia final de copa, mas não era.
Faz 100 dias que o grupo de produtores rurais está em greve. Bloquearam estradas e estavam dispostos a estragar a manifestação de ontem na Casa Rosada. Nas prateleiras, falta carne, falta verduras e frutas, falta farinha, falta leite e gasolina nos postos.
Muitos discursos, entre ruralistas e governo, muitas discussões entre jornalistas e ruralistas, garçons e clientela, amigos na mesa de bar. Todos aqui parecem que tem uma opinião para dar, seja contra ou a favor do governo. Na tv, em qualquer canal aberto é passado a todo momento os últimos acontecimentos desses dias de crise. Isso é histórico!
Eu aqui, além de um passeio turístico, estou tendo a oportunidade, como poucos, de estar presente em um momento não muito bom, mas importantíssimo para o povo argentino.
E o jogo de ontem? Me deu sono.
Dizia um jornalista pela tarde que um time de futebol é apresentado no campo como reflexo do momento em que o país vive. Se isso realmente o for, a Argentina estaria indo para um bom caminho, ao menos buscando seus ideais...quanto ao Brasil...Será que está na hora de Dunga rodar?

11 de junho de 2008

Filosofia de Boteco


Os dois fumantes sentados à mesa discursavam:
Cada cigarro que você acende é um minuto a menos da sua vida.
Ok. Noves fora, foram cronometrados o tempo que eles gastavam para fumar um cigarro inteiro - de 5 a 10 minutos.
Conclusão... perderam um minuto da vida, porém ganharam de 4 a 9 minutos de prazer e relaxamento.

O pior de tudo é que isso fez sentido!

27 de maio de 2008

Sea

Ya estoy en la mitad de esta carretera
tantas encrucijadas quedan detrás...
Ya está en el aire girando mi moneda
y que sea lo que sea.

Todos los altibajos de la marea
todos los sarampiones que ya pasé...
Yo llevo tu sonrisa como bandera
y que sea lo que sea.

Lo que tenga que ser, que sea
y lo que no por algo será
No creo en la eternidad de las peleas
ni en las recetas de la felicidad
Cuando pasen recibo mis primaveras
y la suerte este echada a descansar
yo miraré tu foto en mi billetera
y que sea lo que sea.

Y el que quiera creer que crea
y el que no, su razón tendrá
Yo suelto mi canción en la ventolera
y que la escuche quien la quiera escuchar
Ya esta en el aire girando mi moneda
y que sea lo que sea.

Jorge Drexler

23 de maio de 2008

Um cafezinho

Tomo um gole para acordar. Tomo um gole para dormir.
Neste meio tempo, confesso, é só para não perder o costume.


21 de maio de 2008

Durmo ou não?

Passam juntas em minha alma
Coisas da alma e da vida em confusão,
Nesta mistura atribulada e calma
Em que não sei se durmo ou não.

Sou dois seres e duas consciências
Como dois homens indo braço-dado.
Sonolento revolvo omnisciências,
Turbulentamente estagnado.

Mas, lento, vago, emerjo de meu dois.
Disperto. Enfim: sou um, na realidade.
Espreguiço-me. Estou bem... Porquê depois,
De quê, esta vaga saudade?

Fernando Pessoa

10 de maio de 2008

Me voy

Porque no supiste entender a mi corazón
lo que había en él,
porque no tuviste el valor de ver quien soy.
Porque no escuchas lo que está tan cerca de ti,
sólo el ruido de afuera y yo,
que estoy a un lado desaparezco para ti
No voy a llorar y decir,
que no merezco esto porque,
es probable que lo merezco pero no lo quiero, por eso...
Me voy, que lástima pero adiós
me despido de ti y me voy,
que lástima pero adiós
me despido de ti.
Porque sé, que me espera algo mejor
alguien que sepa darme amor,
de ese que endulza la sal
y hace que, salga el sol.
Yo que pensé, nunca me iría de ti,
que es amor del bueno,
de toda la vida pero hoy entendí,
que no hay suficiente para los dos.
No voy a llorar y decir, que no merezco esto porque,
es probable que lo merezco pero no lo quiero, por eso...
Me voy, que lástima pero adiós
me despido de ti y me voy...
Julieta Venegas

6 de maio de 2008

O Menino Azul



"Ondé qué, menino, ondé qué, menino
Ondé qué, cadê co vo lá...

A ave de noite vagueia procurando encontrar
Uma estrela que clareia para me iluminar

Eu já tô velho e cansado e já não aguento mais
Ó menino encantado, eu venho lhe pedir a paz..."

Eu sempre gostei de cantar esta música, mas nunca havia cantado com outras pessoas. Naquele momento, o sorriso estampado no rosto era de quem vivia, bem distante do outrora.
Via a água cristalina de cor azul-perfeito como quem não acreditava em tudo aquilo. Olhava o fundo do lago como se me visse lá. Algumas vezes me senti o vulcão da história que inventaram... Mas não queria pensar e voltava para a minha perplexidade ao perceber o que estava em minha frente, para a natureza virgem, o menino que tinha todos ao seu redor: árvores, peixes, borboletas no ar...
As pessoas cantavam mantras e olhares, homenageando cada folha que vivia e o sol que iluminava. Abraçavam uma grande árvore que se sentia amada.
Em que rua será que perdi este olhar? Aonde me perdi?
Muito me resgatei, porém. De tudo que vi, do medo da água que por vezes venci, de perceber-me respirar, do firme a pisar na pedra, na terra, do tanto que eu já era e esqueci.
Ao fim do dia olhei para trás e apenas consegui dizer 'obrigada'. A lembrança do pôr-do-sol também nunca falhará.
Não sei o que trouxe comigo, não sei o que deixei por lá. Não importa, diante a imensidão do que sempre estará naquele lugar.
Por que será que ainda choro tanto?

27 de abril de 2008

Marina Machado


Minha paixão sempre foi a música. Com a facilidade da internet comemoro a cada nova descoberta agradável aos ouvidos. E tenho conhecido muita gente boa deste nosso repertório brasileiro...
Ela é um exemplo dessas descobertas recentes. Navegando pelo youtube achei um vídeo de Casa Aberta, do Milton, com Marina, Maurício Tizumba(adoro!) e Tambor Mineiro. Mais mineiridade que isso, só dois disso. Do Youtube para o Myspace. Aí encontro tudo que quero e mais um pouco.

E a música martelando, martelando... doce e mineira.
(Nada contra a beleza e a qualidade, mas não me agrada muito esta padronização de um 'brazilian jazz' que temos visto nas vozes femininas da moda. "Moda"? Bem, não entremos em discussão).

Quero falar da Marina Machado. Vale a pena conhecê-la. No youtube a gente encontra vários vídeos de shows, inclusive alguns em que ela está (muito bem!) acompanhada de artistas como o mestre Milton Nascimento, Tizumba, Seu Jorge e Affonsinho. De videoclipe, destaque para Secador, maçã e lente, uma canção gostosa com letra esquisita rs
( http://www.youtube.com/watch?v=pI7xqa_Kx08 )

Belíssima também a interpretação de Norwegian Wood, de Lennon e McCartney, do cd Baile de Pulgas. Do seu novo trabalho, Tempo Quente, no Myspace tem a música Grilos, dos parceiros Roberto&Erasmo, com a participação do Samuel Rosa. Sensacional!

Taí a dica de mais um talento das Minas Gerais.

Em breve mais.

19 de abril de 2008

O que se vê

Mas como imagem mente!
Desde o galã da televisão
Até o implante do dente
Da necessidade da invenção
que no segundo dia de uso
resolve soltar o parafuso
cai a moça estatelada no chão
com pernas abertas e traje indecente.

Já vi de tudo nesta vida
Além do que já esperava:
A pobre se passando por enriquecida
O aleijado que depois da esmola, andava
O guarda-noturno que na ronda adormecia
depois de dez buzinas acordava
uma boca pálida, sem graça ria
e eu, na minha ironia, 'boa noite' e acenava.

Já pensaram que eu fosse homem
Achei que o cara ao lado estava armado
Já vi foto que me deu fome
Pensei que fosse creme de milho o doce de leite talhado!
E para não passar vexame
engoli borda de bolo, gordura de boi
fingi ser brincadeira o fato que nunca foi
menti estar doente para explicar este jeito atrapalhado.

Isso não é tudo.É nada!
Quando é noite, sombra ou breu
Quando há alma escancarada
Quando o corpo já morreu
Se há razão infundada
de um sentimento discutível
Se o desejo impossível
é mais forte do que eu.

8 de abril de 2008

Desenredo

Por toda terra que passo
Me espanta tudo o que vejo
A morte tece seu fio
De vida feita ao avesso

O olhar que prende anda solto
O olhar que solta anda preso
Mas quando eu chego
Eu me enredo
Nas tranças do teu desejo

O mundo todo marcado
A ferro, fogo e desprezo
A vida é o fio do tempo
A morte é o fim do novelo

O olhar que assusta anda morto
O olhar que avisa anda aceso

Mas quando eu chego
Eu me perco
Nas tramas do teu segredo

Ê, Minas
Ê, Minas
É hora de partir
Eu vou
Vou-me embora pra bem longe

A cera da vela queimando
O homem fazendo o seu preço
A morte que a vida anda armando
A vida que a morte anda tendo

O olhar mais fraco anda afoito
O olhar mais forte, indefeso
Mas quando eu chego
Eu me enrosco
Nas cordas do teu cabelo

Ê, Minas
Ê, Minas
É hora de partir
Eu vou
Vou-me embora pra bem longe.

Dori Caymmi e Paulo César Pinheiro

25 de março de 2008

Loucura

Loucura para mim nada mais é do que ter consciência da possibilidade.

21 de março de 2008

Christian Pior

ROUPAS NO AMBIENTE DE TRABALHO Por Christian Pior - (Programa Pânico na TV)

Barriga de fora
Neste caso, só é válido se você for dançarina do ventre ou do É o Tchan! (que nem existe mais, eu acho). Só que, como você não trabalha no meio musical e sim em uma multinacional (adoro este nome, acho poderoso), evite o modelo que evidencia além da conta. Por quê?
A. Todo mundo sabe que você tem umbigo. Mostrar para quê se não é nenhuma novidade? Acredite: o seu umbigo não é especial e nem essencial a humanidade.
B. Se você está fora de forma, com barriga de quem come "dobradinha", por favor criatura, tenha bom senso. Nada de exibir suas adiposidades para colegas e chefes na empresa, afinal é uma empresa muito "shike", não um açougue.
C. Esse item também dá uma conotação de vulgaridade. Parece que você quer seduzir alguém o tempo todo, isso vale também para as magras com barriga tanque que adoram se auto afirmar com o corpo tipo "como de tudo e não engordo um grama". Ou aquelas com a antipática frase "Minha esteira é minha melhor amiga".
D. Barriga de fora com o umbigo exibindo piercing é crime! Saias esvoaçantes, transparêcias e decote profundo... Pára tudo e chama a Nasa! Gente, como diria o filósofo (aquele que não sei o nome), "a vida não é um show de banda Calypso, você não entendeu?". Saias tipo Sarajane" (joga no Google), transparências que "dão pra contar os seus poros" e decotes "que fazem com que os boys percam a pouca concentração que têm" são inimigos cruéis do bom gosto no local de trabalho.
Saias
A. Se usar saia curta ou esvoaçante, seus colegas masculinos podem até achar bonito e divertido, mas depois querida, você será jogada na fogueira das fofocas e será alvo de piadinhas na empresa. E isso arde, filha, a se arde! Seus talentos e competência não estão nas suas pernas e sim no cérebro, portanto, solte o assanhamento somente nas baladas, nos shows, com o homem amado...
B. Na empresa, acho "shike" meia calça (hoje tem de todos os tipos, mas não vá de arrastão, né? - pelamordedeus) com saia até a altura dos joelhos.
Transparência nem na alma
Tem umas "pertubadas" que se deixar vão de baby-doll se sentindo "o último brownie da doceria de luxo", e na verdade são a "décima bolacha de água e sal no pacote de biscoitos na loja de R$ 1,99". E mulher muito oferecida desperta a raiva, a inveja, e o ódio de outras. E quando puxarem o seu persa, querida...
Decotes profundos e fendas
Gente, nem Jessica Rabbit usava aquilo em 24 horas! Toda mulher quer se sentir linda, gostosa e tal, mas se você realmente for, naturalmente vão perceber. Sensualidade vem de dentro, não de fora. Depois, se um cliente avançar o sinal, quero ver a sua cara. Sabe por que querida? As roupas falam... Umas até berram!
O cofrinho - Ai esse é o ESCÂNDALO.
Tem mulheres que tem cofrinho e outras com um verdadeiro "carro forte". Em ambos os casos nada disso deve ser mostrado, até porque cofre que é cofre tem que ser guardado. O que você espera conseguir com o "cofrinho" aparecendo? Uma promoção, um aumento? Cuidado viu, colega... Às vezes você pensa que está "abafando", mas na verdade você é chacota de toda a firma. Tão mais "shike" um terninho de corte reto, impecável, com o blazer seco junto ao corpo... Além de alongar a silhueta ele é clássico e você pode ter um nas cores preto, azul marinho, creme, marrom brownie (para as loiras fica lindo).
Acessórios
Aí, no caso, você poderá ousar (pouco, viu?) nos acessórios. Em uma bolsa poderosa (nunca economize em uma bolsa), em um sapato alto poderoso, enfim... Pense nas vilãs de novela. Estão sempre impecáveis, menos a Nazarett, personagem brega vilã, de Renata Sorrah. Acessórios em excesso e barulhentos, brincos que brigam com os cabelos, colares imensos (cuidado com os dourados, viu? Poucas pessoas sabem usar), brincos de pena, bijuterias "bicho grilo", Não! Não! e Não!!!!! Brincos, sempre delicados. Um relógio poderoso, um pingente "shike" (os que tem seu nome gravado são "atitude"). Acessório é minimalista, tudo menos e se por acaso, você tiver uma jóia cheguei, opte somente por ela, sem misturar com mais nada. Acessórios são "o sol" do look, ou seja, pesou, dançou. Ah, echarpes e lenços são "buzuzus", mas tem que saber usar com classe e se sentir a vontade com elas. Acho lindo mulher com anel de aço. Poderoso,único. Pérolas são eternas e nunca fazem feio. Piercing só se você for Diretora de Arte de uma agência de publicidade, com direito a muitos leões ganhos em Cannes.
Sexta-feira básica
O "a vontade" é um prato cheio para o povo cafona. Jeans rasgado, tênis de 1991, camiseta lascada que nem para dormir serve, mini-saia, enfim... Meninas, invistam em uma camiseta branca ou preta lisa, um jeans reto 501, um tênis tipo All Star. Fica tão lindo, mas que a camiseta seja nova, né?!O trio: jeans escuro com camiseta preta e tênis preto é tão lindo e emagrece, além de disfarçar a dispensável barriguinha de chopp, tão comum nos rapazes. Aliás, porque eles se orgulham da barriguinha de chopp? Meninas de Jeans 501, uma bata romântica com detalhes (adoro), um salto poderoso e um casaquinho seco para o fim do dia (sempre esfria, né?). Ah, bata muito transparente, NÃÃÃÃOOO... E se os seus colegas de trabalho disserem que você está linda, mesmo assim, tome cuidado. Eles preferem as mulheres nuas, já que quanto menos roupa melhor! Eles amam decotes.Experiência: Uma vez eu estava no metrô em Nova Iorque e vi uma menina com estampa do Snoopy, jeans seco reto preto, salto alto poderoso, bolsa tipo Balenciaga (joga no Google), óculos tipo Ray Ban, e rabo de cavalo. Na mão uma garrafinha de água mineral! Ovulei!
Piranha de cabelo
Aviso: Piranha de cabelo no cós da calça é a coisa mais feia do mundo. Piranha no cós é a "pochete das mulheres". É feio, horroroso.
Maquiagem
Maquiagem pesada e acessórios além da conta. Você é uma drag queen? Ou um personagem da música da cantora Simone: "Então é natal"? Gente, make up carregado é uma coisa séria. Tem mulheres que fazem uma verdadeira "pintura espírita" no rosto. Sombra que orna com a roupa, não. Glitter durante o dia, não.Gloss que escorre feito óleo na boca, não. Massa corrida, tipo, cara bem branca, com corretivo, base e muito pó, não. Sombra preta de dia, não. Batom com cores new wave (rosa cheguei com tudo, roxo tang uva e laranja dói meus olhos), não pode! Make up "vamp", tipo "hoje a noite vou usar cinta liga", também não. Acho "shike" um corretivo para disfarçar olheiras e espinhas, um pó leve para controlar a oleosidade e um batom cor de boca. E um blush talvez, bem leve, para dar um ar de saúde. Mas se carregar nos olhos, não carregue na boca e se carregar na boca, não carregue nos olhos. E se for linda de morrer nem precisa muito de make up, né?
Truques do ChristiaN
Soro fisiológico gelado na cara ao acordar, tudo de bom.
Máscara caseira, por 20 minutos, de clara de ovo batido.Passar a casca de mamão no rosto por 20 minutos e enxaguar depois não vá para o sol pelo amor de Deus.Pingar um colírio de manhã te dá outro olhar, querida.
Ao invés de gastar fortunas em um creme super caro, invista em um filtro solar poderoso com um fator acima de 30 para rostos, pescoço e mãos.Dê muita risada porque trabalha a musculatura do rosto e, dizem, ainda trabalha o abdômen.
Balada
Balada é bom e eu gosto! Drinks super hiper mega coloridos também. E quem não curte um Happy Hour? Mas ir para a labuta vestida de balada, não baby! Você pode até ir direto, mas se troque no fim do expediente, ou passe na casa de uma amiga que more próximo ao trabalho e se troque lá. E se ela deixar, você toma um banho. Ou se troque no carro, ou no boteco (que é uma aventura), fora os assobios que você ganha no final. Se for direto, retoque o make up, coloque uns acessórios mais "fervidos", ponha um salto mais alto e saia rebolativa disposta a conquistar o mundo! Mas não vá de vestido de noite para o trabalho. Paetê, brilho, vestido curto e vaporoso. Vestido vermelho "danço tango", ou seja, roupa de noite é roupa de noite. O ideal mesmo é passar em casa, tomar um banho e se aprumar (olha no Aurélio) com calma. E se não der, quem mandou morar longe?

17 de março de 2008

De português

Não, não é piada de português rs Quem sabe de outra vez...
Esta é uma história que recebi por e-mail. Metafórica, cheia de agentes da passiva e orações subordinadas explicativas.

Era a terceira vez que aquele substantivo e aquele artigo se encontravam no elevador. Um substantivo masculino, com um aspecto plural, com alguns anos bem vividos pelas preposições da vida. E o artigo era bem definido, feminino, singular: era ainda novinha, mas com um maravilhoso predicado nominal.
Era ingênua, silábica, um pouco átona, até ao contrário dele: um sujeito oculto, com todos os vícios de linguagem, fanáticos por leituras e filmes ortográficos. O substantivo gostou dessa situação: os dois sozinhos, num lugar sem ninguém ver e ouvir. E sem perder essa oportunidade, começou a se insinuar, a perguntar, a conversar.
O artigo feminino deixou as reticências de lado, e permitiu esse pequeno índice. De repente, o elevador pára, só com os dois lá dentro: ótimo, pensou o substantivo, mais um bom motivo para provocar alguns sinônimos. Pouco tempo depois, já estavam bem entre parênteses, quando o elevador recomeça a se movimentar: só que em vez de descer, sobe e pára justamente no andar do substantivo. Ele usou de toda a sua flexão verbal, e entrou com ela em seu aposto.
Ligou o fonema, e ficaram alguns instantes em silêncio, ouvindo uma fonética clássica, bem suave e gostosa. Prepararam uma sintaxe dupla para ele e um hiato com gelo para ela. Ficaram conversando, sentados num vocativo, quando ele começou outra vez a se insinuar.
Ela foi deixando, ele foi usando seu forte adjunto adverbial, e rapidamente chegaram a um imperativo, todos os vocábulos diziam que iriam terminar num transitivo direto.
Começaram a se aproximar, ela tremendo de vocabulário, e ele sentindo seu ditongo crescente: se abraçaram, numa pontuação tão minúscula, que nem um período simples passaria entre os dois. Estavam nessa ênclise quando ela confessou que ainda era vírgula; ele não perdeu o ritmo e sugeriu uma ou outra soletrada em seu apóstrofo. É claro que ela se deixou levar por essas palavras, estava totalmente oxítona às vontades dele, e foram para o comum de dois gêneros.
Ela totalmente voz passiva, ele voz ativa. Entre beijos, carícias, parônimos e substantivos, ele foi avançando cada vez mais: ficaram uns minutos nessa próclise, e ele, com todo o seu predicativo do objeto, ia tomando conta.
Estavam na posição de primeira e segunda pessoa do singular, ela era um perfeito agente da passiva, ele todo paroxítono, sentindo o pronome do seu grande travessão forçando aquele hífen ainda singular. Nisso a porta abriu repentinamente. Era o verbo auxiliar do edifício. Ele tinha percebido tudo, e entrou dando conjunções e adjetivos nos dois, que se encolheram gramaticalmente, cheios de preposições, locuções e exclamativas. Mas ao ver aquele corpo jovem, numa acentuação tônica, ou melhor, subtônica, o verbo auxiliar diminuiu seus advérbios e declarou o seu particípio na história.
Os dois se olharam, e viram que isso era melhor do que uma metáfora por todo o edifício. O verbo auxiliar se entusiasmou e mostrou o seu adjunto adnominal. Que loucura, minha gente. Aquilo não era nem comparativo: era um superlativo absoluto. Foi se aproximando dos dois, com aquela coisa maiúscula, com aquele predicativo do sujeito apontado para seus objetos. Foi chegando cada vez mais perto, comparando o ditongo do substantivo ao seu tritongo, propondo claramente uma mesóclise-a-trois. Só que as condições eram estas: enquanto abusava de um ditongo nasal, penetraria ao gerúndio do substantivo, e culminaria com um complemento verbal no artigo feminino.
O substantivo, vendo que poderia se transformar num artigo indefinido depois dessa, pensando em seu infinitivo, resolveu colocar um ponto final na história: agarrou o verbo auxiliar pelo seu conectivo, jogou-o pela janela e voltou ao seu trema, cada vez mais fiel à língua portuguesa, com o artigo feminino colocado em conjunção coordenativa conclusiva.